quarta-feira, 29 de abril de 2009

Colégio Santa Catarina

Entre a Rua Miguel Bombarda e a Avenida Salazar sobranceiras á Praia, o Colégio de Santa Catarina goza uma situação privilegiada, fronteiro ao Mar e com magnífica exposição ao sol.


O antigo palacete Sousa Prego


Não se sabe datas exactas da inauguração, mas estima-se que em 1950 nasceu o referido Estabelecimento de Ensino que chegou a marcar real presença nos domínios da Instrução e da Educação de estudantes, designadamente do meio figueirense. Constituído por dois edifícios distintos, ligados por um terraço de recreio, destacava-se na casa principal, - o antigo Palacete Sousa Prego -, os serviços administrativos e algumas salas de aula, e entre outros compartimentos reservados à vida doméstica, três esplêndidos dormitórios.
No outro edifício, de linhas modernas e superiormente rematado por um soberbo campo de patinagem, ficavam as restantes salas de aulas e o ginásio, amplo e bem apetrechado.

Com competente professorado, laboratórios completos, variedade de jogos, boas instalações domésticas e o melhor ambiente familiar e educativo, o Colégio de Santa Catarina dispunha de Ensino infantil misto, Ensino primário feminino, Ensino liceal misto, assim como Ensino artístico feminino e disciplinas singulares femininas, em regime de internato, semi-internato e externato.

Segundo estatísticas realizadas no primeiro ano de direcção, o Colégio registou um aumento da população que em certos casos, chegou a ser de quarenta por cento. “E interessante é verificar que boa parte desse acréscimo foi motivada pelo regresso, à sua Terra, de Meninas figueirenses.”

Em relação ao internato, embora só por alguns meses, a ascensão populacional atingiu os cem por cento, tendo sido bastante procurado por Mestres interessados em trabalhar. Sendo um Colégio rígido, as “nossas Meninas” sofriam um processo longo de adaptação a este regime de trabalho e disciplina que era imposto, havendo assim alunas que não criavam raízes e abandonavam o Colégio.


Boletim “Ad Lucem”

Em Dezembro de 1958 começou a publicação do Boletim Cultural “Ad Lucem” (do Latim: para a luz), que contava com a colaboração de todos os Professores e dos Estudantes do Mundo Português. Neste Boletim eram feitos registos de entradas, apreciações de livros, entre outros. Com grande sucesso, este livro, de capa azul com o preço de 7$50, fez tiragens de mil exemplares, numa época quase inteiramente divorciada da leitura, a menos que traga a marca de «sensacional», levando notícias da Terra da Figueira da Foz e da sua Vida Espiritual a muitas Personalidades, a muitas Escolas do Continente e do Ultramar Português, e a algumas Individualidades e a Escolas do Estrangeiro.


• Encontros de Férias, no Colégio de Santa Catarina

Colónia de Férias para Raparigas

O «Colégio de Santa Catarina» este ano projectou organizar, a título experimental, «Colónia de Férias para Raparigas», dentro dos seguintes moldes:
- As «Colónias» funcionarão no Colégio, entre os dias 1 de Agosto e 25 de Setembro.
- As meninas que nela participem viverão sujeitas ao regime de internato.
- As Pensionistas poderão fazer-se acompanhar de Senhoras ou Meninas de suas famílias.




• Momento sobre Joaquim de Carvalho

O «Círculo de Informação» do Colégio de Santa Catarina, desta cidade, quis dedicar o seu primeiro encontro do ano lectivo corrente à memória do Professor Doutor Joaquim de Carvalho. Por tal motivo, no próprio dia 27 do mês de Outubro, reuniu no Gabinete de Ciências Naturais daquele estabelecimento de ensino.

"Aí, a Ex.ª Directora do Colégio, depois de uma breve resenha bibliográfica, apresentou o Professor Joaquim de Carvalho como exemplo a seguir: exemplo de mestres, no amor ao ensino; exemplo de cidadãos, no amor ao País, a Coimbra e à terra que o viu nascer.

Necessariamente houve uma palavra especial para a «Biblioteca-Museu Joaquim de Carvalho» que, sendo um dos maiores monumentos culturais da Figueira da Foz, já obrigou à inclusão desta cidade nos roteiros de muitos pensadores estrangeiros e nacionais, como um dos centros portugueses de peregrinação intelectual.
Por último, decidiu-se enviar, à Família do saudoso Lente de Filosofia, o seguinte telegrama: «Círculo Informação que funciona neste Colégio Santa Catarina iniciou hoje as suas actividades no corrente ano escolar com o encontro sobre o Professor Doutor Joaquim de Carvalho. Na sequência deste encontro honra-se este Círculo.»Foi uma reunião modesta, familiar mesmo. Porém, a circunstância de estarem nela todas as Meninas componentes do «Círculo» - que o mesmo é dizer: todas as alunas do 6º e 7º anos, - deu ao encontro a significação cobiçada: a sincera homenagem a um dos probos investigadores da cultura portuguesa.
A lição de honestidade no trabalho e de amor à profissão, que nos legou o Professor Joaquim de Carvalho, não deve perder-se. E a Figueira da Foz não pode alhear-se desse esforço pela perpetuidade de uma Obra digna."

(1959)




Actualmente o edífico encontra-se bastante degradado como iremos mostrar:


escadas com acesso ao 3º andar
















vista para o pátio do recreio



identificação dos quartos


espaço exterior onde as crianças tinham o recreio


Fotografias: Inês Marques

in Arquivo Municipal
(Por dificuldades impostas pela Biblioteca Municipal não foi possível aprofundar a matéria, uma vez que dizem não existir mais documentos referentes ao Colégio.)

2 comentários:

  1. fui a aluna numero 123 do colègio nos anos (50) Eu era a unica mulata nessa epoca no colègio .Em 1961 sai de Portugal mas as saudades e as recordaçoes fazem parte do meu jardim secreto ----As fotografias sao tristes , um passado que esta a morrer de morte lenta
    Sara de Oliveira Moniez

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  2. Fiquei bastante interessada em falar consigo. poderia-me dar o seu e-mail por favor? adorei que tivesse recordado o colégio e saber que andou neste estabelecimento que hoje em dia é desconhecido das pessoas e que me despertou bastante interesse em saber a sua história.

    Aguardo resposta, Inês Marques.

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